domingo, 11 de agosto de 2024

Somos Donos do Que Mesmo?

No livro "O Pequeno Príncipe", de Antoine de Saint-Exupéry, há um sujeito que se diz dono das estrelas do céu. O pequeno príncipe pergunta porque ele é dono. A resposta é: porque eu as conto. Ele as conta, portanto as acumula. Assim pensa.

É uma crítica aos que acumulam riquezas, iludindo-se com a ideia de que o ser humano é realmente dono de alguma coisa.

Mas, a partir daí, podemos pensar algo mais. A ilusão em ser dono de alguma de alguma coisa, passa, também, por nos considerarmos donos das ideias ou até da vida alheia.

Do que, de fato, somos donos mesmo? Acho que da nossa vontade e, em parte dos momentos, já que temos que aí nos situar, para administrarmos o que fazer.

Só.

Quanto às estrelas, bem, somos donos do sentimento de admirá-las, não donos delas.

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O Caderno Livre
é um blog em estilo pessoal, informal, leve, sem maiores pretensões. Algo à maneira dos bloguinhos antigos, os do início desta aventura de blogar. Webston Moura, seu administrador, é brasileiro do estado do Ceará, natural de Morada Nova, mas mora em Russas, no Vale do Jaguaribe. É Tecnólogo de Frutos Tropicais e poeta.
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sábado, 8 de junho de 2024

Longe, Muito Longe!



Debulhar milho ou feijão, como lembra certo pensador, sugere o mesmo que fazemos com palavras. Devagar, à caça de mais precisão, se possível, seguimos. Num mundo aonde imagens e palavras se gastam sem limites, as coisas perdem o sentido e a legitimidade. Nós, então, nos tornamos cegos às nossas próprias expressões, como se todos estivéssemos longe - muito longe! - uns dos outros. E quem disse que não estamos?

Aí, as nossas palavras e gestos se tornam ferramentas sem utilidade.

Falei mais ou menos disso neste poema: Correndo



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quinta-feira, 4 de janeiro de 2024

Barulho e Perturbação







O barulho dos dias de hoje é algo que muito me incomoda. Percebo que há uma verdadeira epidemia de barulho, o que, para mim, significa uma forma de enlouquecimento das pessoas, já que o barulho é o oposto de comunicação.

Antes, o bairro em que moro era silencioso. Não havia tanta frequência de carros de som anunciando ofertas do comércio local, tampouco outras formas de barulho. Há uma restaurante onde acontece música ao vivo, de quinta a domingo. E o volume de som é alto, vai até à meia-noite, e aguente quem puder. Quando tem futebol na TV, os torcedores empolgados acham de estourar fogos de artifício. E, se é final de campeonato, além dos fogos, passa uma carreata pela avenida próxima, com som alto, motos com canos de escape alterados, gritos e por aí vai. Ainda que tudo tenha terminado, há algo que perdura madrugada adentro: motoqueiros que andam pra lá e pra cá. Lembram-me de filmes como The Warriors, que é sobre gangues de Nova York.

A Beleza



Há muita beleza no mundo, apesar de tudo o que de feio (ou ruim) vivenciamos. Mas é preciso cultivar um olhar que saiba buscar o belo. E o que escolhemos ver, é o que vai nos construir por dentro.

De uns tempos pra cá, acho que nos acostumamos ao feio (o trágico, o terrível, etc). A mídia, por exemplo, com sua imprensa ávida de audiência, não dispensa uma oportunidade de nos trazer o que nos assusta ou simplesmente nos desencanta.

Carecemos, então, de um tipo de renúncia que nos livre de estarmos constantemente observando o feio. E isso requer vontade e certa disciplina.


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segunda-feira, 30 de outubro de 2023

Solo de Craque, de Aldo Sena





"Solo de Craque" é uma música de quando eu era adolescente. Trata-se de um lambada do paraense de Igarapé Miri  Aldo Sena. É toda na guitarra, um ritmo doce e envolvente. E, se há malícia, é bem envolvida na arte e em sua beleza, arte dos verdadeiros mestres da cultura popular, os quais tinham melhor esmero que outros de hoje.

Às vezes, dou de ouvir estas músicas. Como outras tantas que faziam o sucesso do rádio AM. Ao menos, aqui no nordeste e no norte do Brasil.



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ENFRENTANDO A MESMICE



Melancholy - Albert Gyorgy




Nada é mais tão longe, embora tudo esteja muito distante. Parece não fazer sentido o que digo, mas faz.

Lembro-me de quando o mundo era mais misterioso. Ou parecia ser. Quando em criança ouvia falar de lugares de além mar ou perdidos em tempos remotos, sentia que era assim mesmo. Por isso, o gosto pelo mistério, pelo desconhecido era mais real. As histórias (ou estórias) me fascinavam, afinal me falavam do que não havia no presente momento em que eu estava. Mas, mais: remetiam ao fantástico. De alguma forma, ao inusitado, o que, para ser alcançado, carecia de conquista.

Num mundo onde tudo se deita ao nossos pés, como o nosso mundo, este de hoje, ocorre uma vulgarização da imaginação, da percepção, dos sentimentos, dos desejos. As tantas informações, em seu caos indomável, cumprem esse papel, o de nos trazer "tudo", abarrotando-nos de coisas para as quais não temos função a dar. Assim, nos cansamos. É a mesmice por via do excesso.

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