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quinta-feira, 21 de novembro de 2024

Novos Campi de Institutos Federais : Oportunidades Para Muitos Jovens Brasileiros


Em março deste ano, o governo federal anunciou plano de construir 100 novos campi de Institutos Federais. É um reforço e tanto no ensino tecnológico, além de áreas afins, oportunidades para muitos jovens de todo o Brasil, como o são os campi já existentes.

Nas palavras do governo:

"Por meio do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (Novo PAC), serão investidos R$ 3,9 bilhões em obras (sendo R$ 2,5 bilhões para a criação de novos campi e R$ 1,4 bi para a consolidação de unidades dos IFs já existentes), como a construção de refeitórios estudantis, ginásios, bibliotecas, salas de aula e aquisição de equipamentos. Cada nova unidade tem custo estimado de R$ 25 milhões, sendo R$ 15 milhões para infraestrutura e R$ 10 milhões para aquisição de equipamentos e mobiliário." [Fonte: https://www.gov.br/]

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O Caderno Livre
é um blog em estilo pessoal, informal, leve, sem maiores pretensões. Algo à maneira dos bloguinhos antigos, os do início desta aventura de blogar. Webston Moura, seu administrador, é brasileiro do estado do Ceará, natural de Morada Nova, mas mora em Russas, no Vale do Jaguaribe. É Tecnólogo de Frutos Tropicais e poeta.
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sexta-feira, 15 de novembro de 2024

Sejamos Educados!


Nunca passei por uma rua e vi alguém com o som do carro ligado, ouvindo bossa nova ou Vivaldi, coisa parecida a isto, nada. Sim, sei que o gosto geral é o popular-comercial.

O que quero dizer é: em geral, quem liga o som do carro, quer fazer barulho, demarcar território e atrair mulheres. Não quer ouvir música. Por isso, não escuta boa música. Só música ruim.

O mau gosto e falta de educação são barulhentos.

Eduquemo-nos!

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O Caderno Livre
é um blog em estilo pessoal, informal, leve, sem maiores pretensões. Algo à maneira dos bloguinhos antigos, os do início desta aventura de blogar. Webston Moura, seu administrador, é brasileiro do estado do Ceará, natural de Morada Nova, mas mora em Russas, no Vale do Jaguaribe. É Tecnólogo de Frutos Tropicais e poeta.
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domingo, 10 de novembro de 2024

A Democracia É Um Problema


Eu desconfio da democracia. E, ao dizer isso, já encontro os indivíduos ligados no automático que dizem: "Preferiria uma ditadura?" Eles pensam assim porque são binários ("ou isto, ou aquilo") no modo de pensar. Não vão além.

Eu desconfio da democracia como coisa muito boa porque, por exemplo, vejo que num município como o que habito é impossível ter na Câmara Municipal uma leva de indivíduos interessantes, realmente afeitos ao que de melhor se poderia fazer pelo município. É impossível porque tudo é um jogo de cartas marcadas. Quando um sujeito deseja ser vereador, o que ele tem em mente é ganhar um salário para o qual não está qualificado, além, de claro, puxar o dinheiro que puder da prefeitura, cobrando para aprovar projetos que o prefeito envia ao legislativo.

Termina mandato, começa mandato, e tudo continua do mesmo jeito.

Por que a tão linda democracia não permite que se mude isso?

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segunda-feira, 21 de outubro de 2024

Plantar Árvores


E se todos nós, ou a maioria apenas, saíssemos por aí plantando árvores? Com o calor que tem feito e diante de tantos desmatamentos, seria uma boa ideia, não?

Especulo. E acredito que vai chegar a hora em que isso será um dever de todos, mas, sobretudo, uma vontade.

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sexta-feira, 20 de setembro de 2024

Nós e a Crise Climática


Quanto calor tem feito, não? E os incêndios mundo afora, que horror!

Tenho pensado no seguinte: os governos não vão dar conta dos problemas gerados pela crise climática. Nós, só nós, a sociedade, a multidão de pessoas pelo mundo, é que podemos fazer algo de verdade. Até porque, se não nos tocarmos disso, aí, sim, estaremos em maus lençóis.

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domingo, 11 de agosto de 2024

Somos Donos do Que Mesmo?

No livro "O Pequeno Príncipe", de Antoine de Saint-Exupéry, há um sujeito que se diz dono das estrelas do céu. O pequeno príncipe pergunta porque ele é dono. A resposta é: porque eu as conto. Ele as conta, portanto as acumula. Assim pensa.

É uma crítica aos que acumulam riquezas, iludindo-se com a ideia de que o ser humano é realmente dono de alguma coisa.

Mas, a partir daí, podemos pensar algo mais. A ilusão em ser dono de alguma de alguma coisa passa, também, por nos considerarmos donos das ideias ou até da vida alheia.

Do que, de fato, somos donos mesmo? Acho que da nossa vontade e, em parte dos momentos, já que temos que aí nos situar, para administrarmos o que fazer.

Só.

Quanto às estrelas, bem, somos donos do sentimento de admirá-las, não donos delas.

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sábado, 8 de junho de 2024

Longe, Muito Longe!



Debulhar milho ou feijão, como lembra certo pensador, sugere o mesmo que fazemos com palavras. Devagar, à caça de mais precisão, se possível, seguimos. Num mundo aonde imagens e palavras se gastam sem limites, as coisas perdem o sentido e a legitimidade. Nós, então, nos tornamos cegos às nossas próprias expressões, como se todos estivéssemos longe - muito longe! - uns dos outros. E quem disse que não estamos?

Aí, as nossas palavras e gestos se tornam ferramentas sem utilidade.

Falei mais ou menos disso neste poema: Correndo



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quinta-feira, 4 de janeiro de 2024

Barulho e Perturbação







O barulho dos dias de hoje é algo que muito me incomoda. Percebo que há uma verdadeira epidemia de barulho, o que, para mim, significa uma forma de enlouquecimento das pessoas, já que o barulho é o oposto de comunicação.

Antes, o bairro em que moro era silencioso. Não havia tanta frequência de carros de som anunciando ofertas do comércio local, tampouco outras formas de barulho. Há uma restaurante onde acontece música ao vivo, de quinta a domingo. E o volume de som é alto, vai até à meia-noite, e aguente quem puder. Quando tem futebol na TV, os torcedores empolgados acham de estourar fogos de artifício. E, se é final de campeonato, além dos fogos, passa uma carreata pela avenida próxima, com som alto, motos com canos de escape alterados, gritos e por aí vai. Ainda que tudo tenha terminado, há algo que perdura madrugada adentro: motoqueiros que andam pra lá e pra cá. Lembram-me de filmes como The Warriors, que é sobre gangues de Nova York.

A Beleza



Há muita beleza no mundo, apesar de tudo o que de feio (ou ruim) vivenciamos. Mas é preciso cultivar um olhar que saiba buscar o belo. E o que escolhemos ver, é o que vai nos construir por dentro.

De uns tempos pra cá, acho que nos acostumamos ao feio (o trágico, o terrível, etc). A mídia, por exemplo, com sua imprensa ávida de audiência, não dispensa uma oportunidade de nos trazer o que nos assusta ou simplesmente nos desencanta.

Carecemos, então, de um tipo de renúncia que nos livre de estarmos constantemente observando o feio. E isso requer vontade e certa disciplina.


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segunda-feira, 30 de outubro de 2023

ENFRENTANDO A MESMICE



Melancholy - Albert Gyorgy




Nada é mais tão longe, embora tudo esteja muito distante. Parece não fazer sentido o que digo, mas faz.

Lembro-me de quando o mundo era mais misterioso. Ou parecia ser. Quando em criança ouvia falar de lugares de além mar ou perdidos em tempos remotos, sentia que era assim mesmo. Por isso, o gosto pelo mistério, pelo desconhecido era mais real. As histórias (ou estórias) me fascinavam, afinal me falavam do que não havia no presente momento em que eu estava. Mas, mais: remetiam ao fantástico. De alguma forma, ao inusitado, o que, para ser alcançado, carecia de conquista.

Num mundo onde tudo se deita ao nossos pés, como o nosso mundo, este de hoje, ocorre uma vulgarização da imaginação, da percepção, dos sentimentos, dos desejos. As tantas informações, em seu caos indomável, cumprem esse papel, o de nos trazer "tudo", abarrotando-nos de coisas para as quais não temos função a dar. Assim, nos cansamos. É a mesmice por via do excesso.

segunda-feira, 13 de março de 2023

O Velho Siamês





O velho siamês chegou de mansinho, como quem nada quer, e ficou observando, sem se aproximar totalmente. Era o momento em que eu alimentava os outros gatos. Ração aqui, ração ali, todos comiam, mas o siamês, à certa distância, só olhava, parecendo cismado. Percebi, obviamente, seu interesse: a ração. Apesar de quieto, parecia faminto. Não sei de onde ele vinha até o ver pela primeira vez, num dia qualquer

Quando os outros terminaram de comer e se afastaram, eis que o velho siamês se aproximou do que restou e começou a comer. Comia devagar, só, atento à ração e cuidando de se proteger. Parecia cismado - e era. Um gato graúdo, de corpo forte, mas aparentando idade. O formato da cabeça, o pelo e certa atitude denunciavam seus anos de vida. Era velho mesmo, mas inteiro, forte, valente, decidido. E ensimesmado, figura de poucas amizades. Chegava, não se relacionava com os outros gatos, esperava sua ração, comia e ia-se embora. Ou ficava por ali, à sombra, pois o sol é bem feroz nesse nosso nordeste, ainda mais em tempos de estio.

Olhando Estrelas



Aglomerado estelar Trumpler 14



Em silêncio, as estrelas brilham. Apenas sua luz, geralmente azul, nos toca. Longe estão, muito longe, umas mais, outras menos. Em céu distante da cidade, vê-se com mais clareza sua força. Misteriosas, mostram seu azul, mas ocultam suas trajetórias, suas vidas. Depois, ao crescermos, descobrimos que a ciência as estuda. Uma ciência em particular:  a astronomia, uma ciência para poucos.

Lembro-me de quando era criança e, nalgum momento, alguém me apontou algo no céu e me deu explicação rasa (informal, pessoal), mas mágica. Agora, a partir daquele momento, havia estrelas, esses entes que eu compararia com a lua, outra forma de astro, e saberia serem mistérios do céu, oriundos das profundezas do espaço sideral, coisa de filme de ficção científica.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2022

VALORIZAÇÃO DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO E CULTURAL


Da página Roman Archaelogy, no Facebook:



https://www.facebook.com/RomanArchaelogy


O texto que acompanha diz:

"Oxford em 1810 e 2015. É assim que a história, a cultura e as tradições são preservadas."

Um aprendizado para qualquer povo sobre a valorização de seu patrimônio urbano, arquitetônico e histórico. A valorização do próprio povo e de sua memória.

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sábado, 19 de novembro de 2022

Vida e Transformação




Passeando com o cachorro, num dia comum, vi, de repente, um couro de sapo. Estava ressecado pelo sol, coberto com um pouco de poeira, a poeira da rua, mas era mesmo um couro de sapo. Ou, melhor dizendo, a remanescência de uma vida, de um ser único, aquele sapo que um dia fora e agora não era mais. Disto me dei conta.

Ah, mas é só um sapo, diria alguém na pressa. E eu responderia: não, não é só um sapo. A natureza produziu aquele ser diferenciado do resto, ele como ele mesmo, único, igual apenas como parte de uma família, a dos sapos, mas dotado de vida própria surgida num momento em que a natureza operou para que aquilo acontecesse, tal a tudo que o milagre da natureza manifesta.

quinta-feira, 17 de novembro de 2022

O Nosso Rio





Beira de rio, raso de água. Entre lodo, plantas e areia, aqueles peixes pequeninos, piabas, furtivamente deslizando. O sol me bate às costas, mas o vento me suaviza o calor. É longe, mas especialmente no tempo. Criança, novamente sou sem maiores máculas. Uma manhã me pertence, como pertence aos meus amiguinhos, esses que brincam, dentro ou fora da água. O tempo os levará e nos esqueceremos uns dos outros. Mas nada disso será por mal. É apenas a vida como ela sempre acontece.

Esta data, que é, como outras, do dia tal dalgum mês, não a lembrarei exatamente quando o futuro chegar. Aqui, à beira deste velho rio, sequer me dou conta de algo mais que o momento. Não sei pescar, nem aprenderei, mas não importa. Mais tarde, observarei minhas mãos enrugadas pelo tempo tanto que passei sob a água. Antes, almoçarei, sem cansaço, afinal, sou criança e não me canso facilmente. A tarde seguirá, lenta e arrastada. Por ora, o rio passa, o tempo passa, sem pressa, e eu cá estou.

Amada Solidão


The Lee Shore (1941) - Edward Hopper


Gosto de ficar só. Mas, obviamente, nem sempre foi assim. Já me apavorei com solidão, especialmente quando jovem. É que o jovem é mais gregário, mais da turma, mais de estar por aí pelo mundo, reunido em bando. E, para tanto, abrir contatos, conhecer novas pessoas e por aí vai. Ou seja, o jovem segue um rumo diferente do rumo da solidão. Mas, de uns tempos pra cá, eu que não sou mais jovem, gosto muito de ficar só. Gosto de ficar no meu silêncio, sentindo-me longe de tudo, como quem viaja de trem por uma paisagem bonita, dia de sol, à janela, olhando, navegando, deixando-se estar, sem pressa e sem desejo, calado.

quarta-feira, 2 de novembro de 2022

Um Galho, Uma Nuvem e O Nosso Olhar




Uma imagem, sua multiplicação rápida, muitos olhares sobre ela, elogios (ou desdém) e, em seguida, o esquecimento. Assim tem sido com o que (não) degustamos nestes tempos de velocidade, de instantaneidade, de miríades de informação e discussões mil. Entretanto, não estou aqui para cair no lugar-comum que é falar mal da internet. Vejo a rede global como possibilidade e, como tudo que é impactante, impossível de também gerar mudanças, digamos, perturbadoras.

sexta-feira, 21 de outubro de 2022

Mistério





Viajando de ônibus, observa-se a paisagem às margens da estrada. Sempre atentei bem para isso. Lugares desertos, cercas, mato, povoados, gente, bichos. Dizia comigo mesmo de ali haver vida, uma vida vivida por outros que eu só via de longe, da janela do ônibus, vida que passava por mim e eu por ela. O ônibus seguia, e eu calado, de olhos abertos, com certo espanto, sem tocar aquela vida com mãos e pés de carne e osso. Nisso vi um mistério. E nunca pude mais que imaginar.

Como seriam ali os dias e noites? Que rotina haveria? Ora, não seria necessário um conhecimento especial para responder a estas perguntas, já que se tratava praticamente de um extensão do ambiente em que eu mesmo vivia, no mesmo estado e até no mesmo município ou num "igual" município vizinho. Mas, ainda assim, eu sentia algo diferente pelo diferente, mesmo que nem tão diferente assim.

A Infância Perdida





Para onde foram as crianças que brincavam nas ruas, nas praças e em terrenos baldios? Não mais existem. Ou, dizendo mais claramente, tais hábitos desapareceram. As infâncias que vieram depois da infância da minha geração acontecem por outros caminhos. Mesmo em cidades do interior, elas são outras bem diferentes daquelas de outrora.

No passado, não tínhamos os games, ao menos, não tanto. Nem havia internet e, muito menos ainda, o grau de violência e perigo que, hoje, as cidades comportam. Havia, então, mais possibilidades de ter crianças brincando por aí, andando pela cidade, uma cidade de pouco trânsito, de lentidão, de horas demoradas, de espaços saudavelmente vazios. Não havia, pois, todo esse clima de cisma, pressa, perigo e medo que hoje há.

O Sapo




Entre um pequeno espaço onde ficam as plantas, na frente da casa, e a calçada vive um sapo do tipo cururu. Este é o seu universo. Só, move-se, cuidadosamente, evitando humanos, escapando aos cães da rua, permanecendo longe dos automóveis, pegando insetos e aproveitando a água que cai dos vasos.

Na madrugada, sorrateiro e sábio, sobe a calçada e arrasta-se para dentro do recipiente onde colocamos água para os gatos. É onde, suponho, encontra um pedaço de paraíso. Pela manhã, entretanto, é "expulso", tendo nós que lavar o recipiente e enchê-lo novamente com água limpa.