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quinta-feira, 4 de janeiro de 2024

Barulho e Perturbação







O barulho dos dias de hoje é algo que muito me incomoda. Percebo que há uma verdadeira epidemia de barulho, o que, para mim, significa uma forma de enlouquecimento das pessoas, já que o barulho é o oposto de comunicação.

Antes, o bairro em que moro era silencioso. Não havia tanta frequência de carros de som anunciando ofertas do comércio local, tampouco outras formas de barulho. Há uma restaurante onde acontece música ao vivo, de quinta a domingo. E o volume de som é alto, vai até à meia-noite, e aguente quem puder. Quando tem futebol na TV, os torcedores empolgados acham de estourar fogos de artifício. E, se é final de campeonato, além dos fogos, passa uma carreata pela avenida próxima, com som alto, motos com canos de escape alterados, gritos e por aí vai. Ainda que tudo tenha terminado, há algo que perdura madrugada adentro: motoqueiros que andam pra lá e pra cá. Lembram-me de filmes como The Warriors, que é sobre gangues de Nova York.

quinta-feira, 10 de novembro de 2022

O impacto das revistas e conferências predatórias


Wikimedia Commons

|Cientometria, Ética - 22 abr 2022|

A InterAcademy Partnership (IAP), rede que congrega mais de uma centena de academias de ciências, engenharia e medicina do mundo, lançou no mês passado o relatório “Combatendo periódicos e conferências acadêmicas predatórias”, fruto de dois anos de trabalho de um painel de pesquisadores de países como Itália, Malásia, Uruguai, Egito e Benin. Uma das principais contribuições do documento é mostrar que existe um gradiente de comportamentos negligentes e fraudulentos em periódicos e conferências, que devem servir como sinais de alerta para pesquisadores.

segunda-feira, 7 de novembro de 2022

O método de mentir para privar o outro do mundo real







por: Sônia T. Felipe

Todos nós usamos um aparelho celular. No princípio, nos idos dos anos 1980, o "tijolo" era usado apenas para falar com os amigos, os familiares e, vez por outra, com colegas e chefes do trabalho. Por vezes, ele nos salvava de ameaças, chamando os números dos socorristas e resgatistas. Eram tempos mais tranquilos, embora já houvesse telefonemas que envenenavam, tipo os repletos de fofocas e disse-me-disse. Ali tínhamos uma réplica do costume mais antigo dos humanos com o neo-córtex pré-frontal hipertrofiado: falar do outro algo que o reveste com roupagens que não são do figurino dele, para que ele apareça aos olhos daquele que ouve a ficção como personagem outro, um camaleão, não como o que de fato a pessoa é. Trocando as palavras: desenhar o outro como um camaleão para melhor manipular quem nos ouve a falar dele. Isto mesmo: mentir sempre está associado ao desejo de manipular. Todo mundo pensa que somente o objeto alvo da mentira é prejudicado. De fato, prejudicamos a estrutura moral e emocional de quem ouve nossas mentiras ou as mentiras pregadas por outros. Do mesmo modo, estão nos prejudicando moral e emocionalmente ao despejarem fake news. O assédio aprisiona a mente da vítima dele à mente do manipulador.

Com a criação das redes sociais, nosso celular nos dá acesso infinito a zilhões de mundos criados por bilhões de humanos. Um avanço tecnológico? Com certeza. Mas a tecnologia avançada não veio em ritmo capaz de nos deixar ser educados para saber que aqueles zilhões de mundos, criados por bilhões de outras mentes, não são o nosso mundo real, são os mundos deles. Quando nossa mente está mergulhada no mundo de outras mentes, nós estamos alienados. Ali começam os distúrbios, porque os fios que nos ligam a nós mesmas foram cortados.