Para onde foram as crianças que brincavam nas ruas, nas praças e em terrenos baldios? Não mais existem. Ou, dizendo mais claramente, tais hábitos desapareceram. As infâncias que vieram depois da infância da minha geração acontecem por outros caminhos. Mesmo em cidades do interior, elas são outras bem diferentes daquelas de outrora.
No passado, não tínhamos os games, ao menos, não tanto. Nem havia internet e, muito menos ainda, o grau de violência e perigo que, hoje, as cidades comportam. Havia, então, mais possibilidades de ter crianças brincando por aí, andando pela cidade, uma cidade de pouco trânsito, de lentidão, de horas demoradas, de espaços saudavelmente vazios. Não havia, pois, todo esse clima de cisma, pressa, perigo e medo que hoje há.