sábado, 8 de junho de 2024

Longe, Muito Longe!



Debulhar milho ou feijão, como lembra certo pensador, sugere o mesmo que fazemos com palavras. Devagar, à caça de mais precisão, se possível, seguimos. Num mundo aonde imagens e palavras se gastam sem limites, as coisas perdem o sentido e a legitimidade. Nós, então, nos tornamos cegos às nossas próprias expressões, como se todos estivéssemos longe - muito longe! - uns dos outros. E quem disse que não estamos?

Aí, as nossas palavras e gestos se tornam ferramentas sem utilidade.

Falei mais ou menos disso neste poema: Correndo



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O Caderno Livre
é um blog em estilo pessoal, informal, leve, sem maiores pretensões. Algo à maneira dos bloguinhos antigos, os do início desta aventura de blogar. Webston Moura, seu administrador, é brasileiro do estado do Ceará, natural de Morada Nova, mas mora em Russas, no Vale do Jaguaribe. É Tecnólogo de Frutos Tropicais e poeta.
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quinta-feira, 4 de janeiro de 2024

Barulho e Perturbação







O barulho dos dias de hoje é algo que muito me incomoda. Percebo que há uma verdadeira epidemia de barulho, o que, para mim, significa uma forma de enlouquecimento das pessoas, já que o barulho é o oposto de comunicação.

Antes, o bairro em que moro era silencioso. Não havia tanta frequência de carros de som anunciando ofertas do comércio local, tampouco outras formas de barulho. Há uma restaurante onde acontece música ao vivo, de quinta a domingo. E o volume de som é alto, vai até à meia-noite, e aguente quem puder. Quando tem futebol na TV, os torcedores empolgados acham de estourar fogos de artifício. E, se é final de campeonato, além dos fogos, passa uma carreata pela avenida próxima, com som alto, motos com canos de escape alterados, gritos e por aí vai. Ainda que tudo tenha terminado, há algo que perdura madrugada adentro: motoqueiros que andam pra lá e pra cá. Lembram-me de filmes como The Warriors, que é sobre gangues de Nova York.

A Beleza



Há muita beleza no mundo, apesar de tudo o que de feio (ou ruim) vivenciamos. Mas é preciso cultivar um olhar que saiba buscar o belo. E o que escolhemos ver, é o que vai nos construir por dentro.

De uns tempos pra cá, acho que nos acostumamos ao feio (o trágico, o terrível, etc). A mídia, por exemplo, com sua imprensa ávida de audiência, não dispensa uma oportunidade de nos trazer o que nos assusta ou simplesmente nos desencanta.

Carecemos, então, de um tipo de renúncia que nos livre de estarmos constantemente observando o feio. E isso requer vontade e certa disciplina.


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O Caderno Livre
é um blog em estilo pessoal, informal, leve, sem maiores pretensões. Algo à maneira dos bloguinhos antigos, os do início desta aventura de blogar. Webston Moura, seu administrador, é brasileiro do estado do Ceará, natural de Morada Nova, mas mora em Russas, no Vale do Jaguaribe. É Tecnólogo de Frutos Tropicais e poeta.
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