Em silêncio, as estrelas brilham. Apenas sua luz, geralmente azul, nos toca. Longe estão, muito longe, umas mais, outras menos. Em céu distante da cidade, vê-se com mais clareza sua força. Misteriosas, mostram seu azul, mas ocultam suas trajetórias, suas vidas. Depois, ao crescermos, descobrimos que a ciência as estuda. Uma ciência em particular: a astronomia, uma ciência para poucos.
Lembro-me de quando era criança e, nalgum momento, alguém me apontou algo no céu e me deu explicação rasa (informal, pessoal), mas mágica. Agora, a partir daquele momento, havia estrelas, esses entes que eu compararia com a lua, outra forma de astro, e saberia serem mistérios do céu, oriundos das profundezas do espaço sideral, coisa de filme de ficção científica.
Será que algum dia eu poderia chegar perto, pensava a criança que eu era, sabendo ser aquilo tarefa dos astronautas, por sua vez também misteriosos. Mas, se alguém já foi à lua, por que não pensar que conhecer estrelas por aí, diretamente no espaço, não seria possível? Pensava. Imaginava. Sonhava.
Um dia, descobri que o Sol é uma estrela. Como? Fazendo esse calor todo? Vermelha? Sim, era. Em verdade, é uma estrela, embora a maioria das pessoas não se dê conta disso. E tive que aceitar. E como é grande! Diferentemente daquelas mimosas estrelas azuis das noites e madrugadas, o sol é enorme - e ativo! Quero dizer com isso que sua presença sobre nós se faz notar de modo mais contundente. É presente, diretamente útil, potencialmente perigoso e bonito.
Imersos que somos na cultura do que é do que não é útil, desprezamos as gratuidades da vida, sejam as estrelas, uma conjunto de árvores à beira de um rio ou pássaros voando num céu azul. Para que nos importarmos com isto que não nos dá lucro, ganho, vantagens? Mas há os como, como eu, se importam com estas coisas inúteis. Ou, como disse o poeta, desúteis.
Olhando estrelas, penso no infinito, no mistério, da matriz da vida. E sei que tudo está aqui diante de meus olhos e pulsando em meu coração. Olhando estrelas, sinto-me tocar a origem das coisas, força donde tudo provém.
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O Caderno Livre é um blog em estilo pessoal, informal, leve, sem maiores pretensões. Algo à maneira dos bloguinhos antigos, os do início desta aventura de blogar. Webston Moura, seu administrador, é brasileiro do estado do Ceará, natural de Morada Nova, mas mora em Russas, no Vale do Jaguaribe. É Tecnólogo de Frutos Tropicais e poeta.
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